Código
RC066
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
Autores
- MATHEUS CAVALCANTE MURICY (Interesse Comercial: NÃO)
- VICTOR CAVALCANTE MURICY (Interesse Comercial: NÃO)
- CAMILA AQUINO COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MENINGIOMA NO LOBO FRONTAL DIAGNOSTICADO EM CONSULTA OFTALMOLOGICA DE ROTINA: A IMPORTANCIA DO OFTALMOLOGISTA VIGILANTE
Objetivo
Ressaltar a importância do oftalmologista no diagnóstico de tumores intracranianos, como meningioma no lobo frontal identificado após consulta oftalmológica de rotina e que obteve melhora visual significativa com a ressecção cirúrgica completa da lesão.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 47 anos, atendida em consulta oftalmológica de rotina, queixava-se de redução da sensibilidade ao contraste e de fotofobia leve. Associava o quadro à anosmia há 1 ano, ansiedade e baixa produtividade no trabalho atribuídas à pandemia da Covid-19. Era tabagista e negava medicações de uso contínuo. Ao exame a acuidade visual corrigida era de 20/30 no olho direito e de vultos no olho esquerdo; piora visual significativa de acordo com a última avaliação oftalmológica há 3 anos, em que a visão era 20/30 no olho direito e 20/40 no olho esquerdo. Os movimentos oculares extrínsecos estavam preservados, as pupilas eram isocóricas e havia defeito pupilar aferente relativo. A campimetria evidenciou escotomas absolutos no hemicampo superior do olho direito e escotoma total no olho esquerdo (Fig.1), e o potencial visual evocado demonstrou redução da amplitude das ondas em ambos os olhos, com resposta quase nula no olho esquerdo. Solicitou-se, então, uma angioressonância magnética de crânio para elucidação diagnóstica, a qual revelou volumosa lesão expansiva no lobo frontal, determinando efeito de massa local e sugerindo meningioma (Fig. 2). A paciente foi encaminhada ao serviço de neurocirurgia de um hospital local, sendo submetida à ressecção cirúrgica completa da lesão dentro de um mês e meio após a consulta oftalmológica. Quatro meses após a cirurgia a acuidade visual corrigida da paciente era de 20/30 no olho direito e 20/80 no olho esquerdo, seguimento com otorrinolaringologia pela anosmia persistente.
Conclusão
É imprescindível o oftalmologista permanecer vigilante na avaliação, a fim de evitar qualquer atraso no diagnóstico e manejo de tumores intracranianos. Em casos de baixa acuidade visual sem causa aparente, exames de imagem craniana e campo visual são necessários.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP