Sessão de Encontro com o Autor – Trabalhos Científicos - Apresentação Oral


Código

TL13

Área Técnica

Oftalmopediatria

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Children's Hospital Westmead (Sydney)

Autores

  • Lucas Bezerra Shiratori (Interesse Comercial: NÃO)
  • Paul Benitez-Aguirre (Interesse Comercial: NÃO)
  • Krishna Tumuluri (Interesse Comercial: NÃO)

Título

OFTALMOPATIA TIREOIDIANA NA INFANCIA: REVISAO DE 20 ANOS

Objetivo

Descrever características epidemiológicas, apresentação clínica, progressão e manejo de pacientes pediátricos diagnosticados com oftalmopatia tireoidiana em um centro de referência terciário do hemisfério sul.

Método

Análise retrospectiva de todos os pacientes com idade inferior a 18 anos diagnosticados com oftalmopatia tireoidiana que foram acompanhados pelas equipes de Oftalmologia e Endocrinologia do Children's Hospital Westmead (Sydney, Austrália) entre os anos de 2002 a 2022 (intervalo de 20 anos).

Resultado

Foram identificadas 122 crianças com oftalmopatia tireoidiana, das quais 78 foram encaminhadas a um oftalmologista. O presente estudo incluiu apenas as 78 crianças que passaram por avaliação oftalmológica. A idade média ao diagnóstico foi de 11 anos, variando de 0 a 17 anos. 67 pacientes eram do sexo feminino (86%) e 11 do sexo masculino (14%). 75 pacientes (96%) tinham diagnóstico de hipertireoidismo quando apresentaram as primeiras manifestações clínicas de oftalmopatia tireoidiana, sendo os demais pacientes eutireoidianos ao diagnóstico. 6 pacientes apresentavam outra doença autoimune, sendo doença celíaca e diabetes mellitus tipo 1 as mais prevalentes. Os achados clínicos mais comumente encontrados foram proptose (n=71, 91%), lid lag (n=39, 50%), retração palpebral (n=43, 55%), dor ocular (n=27, 35%), ceratite (n= 16, 21%) e distúrbio da motilidade ocular extrínseca (n=13, 17%). Exames de imagem da órbita foram realizadas em 19 pacientes (24%), sendo 15 exames de ressonância magnética e 4 de tomografia computadorizada. Proptose foi o achado mais comum dos exames de imagem (9 de 19 pacientes), seguida de espessamento de músculos extraoculares (8 de 19 pacientes). 2 pacientes foram submetidos a abordagem cirúrgica (ambos para correção de epibléfaro).

Conclusão

Esta é uma das maiores séries de casos sobre oftalmopatia tireoidiana na infância já realizadas no mundo. A maioria dos pacientes apresentou formas leves da doença e teve tratamento conservador. Nenhum paciente foi submetido a cirurgia de descompressão de órbita.

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