Código
RC074
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Oftalmológico de Brasília
Autores
- SAVYA EMIKO UMENO OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Isabela Rita de Carvalho Cunha (Interesse Comercial: NÃO)
- Giovanna Luisa Martins Vargas (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PAPILEDEMA E PARESIA DO VI PAR CRANIANO SECUNDARIOS A UM ASTROCITOMA PILOCITICO JUVENIL
Objetivo
Relatar o caso clínico de um paciente com paralisia de VI par craniano, secundária à um tumor intracraniano, que apresentou manifestações oftalmológicas características da patologia, e assim acompanhar sua investigação diagnóstica e evolução
Relato do Caso
Paciente de 7 anos, sexo masculino, queixou-se de diplopia há 2 meses, associada à cefaléia e vômitos há 45 dias. À admissão revelou acuidade visual corrigida de 20/30 em ambos os olhos, e biomicroscopia normal. O teste de prisma e cover sem correção mostrou esotropia de 8PD para perto e de 8PD à distância. A amplitude fusional da vergência era de 6PD. A motilidade ocular apresentava limitação em abdução de -2 no olho esquerdo. Também apresentava um leve nistagmo às versões extremas, e defeito pupilar aferente relativo bilateral de 2+ em olho direito e +3 em olho esquerdo. O exame de fundo de olho não foi possível devido à intensa fotossensibilidade apresentada. A retinografia de urgência revelou papiledema de ambos os olhos, pior no olho esquerdo, e aumento da tortuosidade dos vasos. Ressonância magnética realizada em centro de emergência neurológica revelou um tumor sólido com componente cístico, localizado no hemisfério cerebelar esquerdo e pedúnculo cerebral (ponto de emersão do VI par craniano em relação ao tronco cerebral), com hipersinal em T2 e FLAIR, hipossinal na sequência T1 e impregnação heterogênea ao contraste. A lesão media 3,0 x 2,2 x 4,6cm. A cirurgia para remoção do tumor e drenagem ventricular externa foram realizadas um dia após o diagnóstico. O exame histopatológico da tumoração confirmou tratar-se de um astrocitoma pilocítico juvenil. No momento da escrita deste relato, 2 meses após o diagnóstico, uma melhora significativa nas funções oftalmológicas do paciente havia sido alcançada, e a retinografia era normal.
Conclusão
Apesar da baixa prevalência do astrocitoma pilocítico juvenil em crianças,o mesmo está associado a desfechos desfavoráveis a longo prazo.Seu diagnóstico e tratamento precoces podem contribuir para reduzir a morbidade dos pacientes.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP