Sessão de Relato de Caso


Código

RC220

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: UNILASER UNIDADE OFTALMOLÓGICA DE LASER

Autores

  • ANA LUIZA LOURENÇONI BOTEGA (Interesse Comercial: NÃO)
  • GABRIELA BACELO GONÇALVES (Interesse Comercial: NÃO)
  • CELSO AFONSO GONÇALVES (Interesse Comercial: NÃO)

Título

Uso de tamoxifeno e toxicidade retiniana: Um relato de caso.

Objetivo

O objetivo desse trabalho é relatar um caso de toxicidade ocular induzida pelo tamoxifeno durante o tratamento de câncer de mama.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, procedente de Santos (SP), 40 anos, iniciou tratamento há 5 anos para câncer de mama do tipo ductal invasivo com quimioterapia, radioterapia, fez uso de tamoxifeno 40mg/dia por 2 anos com suspensão há 3 anos. Atualmente em uso de Zoladex (Acetato de Gosserrelina), Pristiq (Succinato de Desvenlafaxina) e Aromasin (exemestano). Procurou a Unidade Oftalmológica de Laser com queixa de sensação de ´´nuvem`` em visão central de Olho Esquerdo há 3 meses. Ao exame: AVCC OD: 20/25P OE:20/30P, Biomicroscopia sem alteração. Fundoscopia com fundus miope, descolamento de vítreo e depósitos maculares em ambos os olhos. A retinografia apresenta pontos hipopigmentados amarelados pequenos e bem delimitados dispersos na área macular de ambos os olhos com maior intensidade em olho direito. Campo visual dentro da normalidade. Na tomografia de coerência óptica é possível identificar na camada plexiforme interna de ambos os olhos depósitos hiperrefringentes e dots subepitélio pigmentar da retina mais central em olho esquerdo.

Conclusão

O tamoxifeno é um fármaco utilizado no tratamento de câncer de mama, principalmente no tipo estrogênio dependente. Apesar de ser amplamente utilizado, o uso de 20mg/dia pode causar efeitos adversos como náusea, cefaléia, vômito e alterações sanguíneas. A toxicidade ocular é rara, ocorre em cerca de 0,9 a 12% dos usuários, as alterações descritas são depósitos cristalinos retinianos localizados na fibra nervosa e na camada plexiforme interna próxima a fóvea, neurite óptica, edema macular cistóide e depósitos corneanos. Na maior parte dos casos, as complicações retinianas ocorrem após 1 ano de tratamento. A história e apresentação da paciente é consistente com a toxicidade ocular gerada pelo tamoxifeno e evidencia a necessidade do seguimento oftalmologico junto ao mastologista e oncologista.

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