Código
RC186
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de São Paulo
Autores
- RAFAEL HENRIQUE MARTINI MARIANO DA ROCHA (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL STEFANO PIVATTO FERRO (Interesse Comercial: NÃO)
- GABRIEL COSTA DE ANDRADE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA APOS DENGUE
Objetivo
Relatar um caso de neurorretinopatia macular aguda após dengue.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 24 anos, procura atendimento com queixa de perda visual súbita bilateral em ambos os olhos há 10 dias. Moradora de São Paulo, negava viagens recentes, porém refere história de dengue há 14 dias, com recuperação. Negava uso de medicamentos exceto anticoncepcional oral. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual corrigida de 20/60 em olho direito e 20/40 em olho esquerdo, PIO de 11/10 mmHg e segmento anterior sem alterações a biomicroscopia. Sua fundoscopia apresentava lesões intrarretinianas avermelhadas parafoveais (figura 1 superior), discretamente hipofluorescentes a AGF (figura 1 inferior) com correspondente perda de campo visual a microperimetria (figura 2 superior) e OCT com lesões hiperrefletivas a nivel de camada nuclear externa e irregularidade parafoveal (figura 2 inferior). Seus exames clínicos mostraram trombocitopenia, com 65000 plaquetas/mm3 e dengue IgM positivo IgG negativo, com demais sorologias negativas. Foi adotada conduta observacional, sem demais intervenções, e paciente se encontra em programação de seguimento clínico.
Conclusão
A neuroretinopatia macular aguda (AMN) é uma afecção retiniana incomum que predomina em mulheres jovens, com alterações vasculares em retina externa que causam perda visual geralmente transitória. Pacientes apresentam baixa visual e escotomas paracentrais, que melhoram com o passar dos meses. É associada a infecções ou doenças febris, como influenza, enterite ou dengue, vacinações, injeções intra vitreas, anticoncepcionais orais, choque ou estados de hipercoagulabilidade, e está relacionada a dano ao nível dos fotorreceptores. Clinicamente, tende a bilateralidade, apresenta lesões avermelhadas parafoveais correspondentes ao escotoma, que podem ser discretas, com leve hipofluorescência a AGF e lesões ao nível de nuclear e plexiforme externas ao OCT, com disrupção da elipsoide. Não há protocolo de manejo definido, sendo comumente acompanhada e com bom prognóstico visual.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP