Sessão de Relato de Caso


Código

RC142

Área Técnica

Retina

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital das Clinicas da FMUSP

Autores

  • HENRIQUE CARMONA FERREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • CAROLINA PASSARELI DINIZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • Sebastião José Ferreira Neto (Interesse Comercial: NÃO)

Título

BURACO LAMELAR DE MACULA APOS TRATAMENTO DE SIFILIS OCULAR: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de buraco de mácula lamelar após o tratamento de sífilis ocular.

Relato do Caso

Um homem de 64 anos veio à consulta com queixa de flashes em ambos os olhos e mancha central no olho direito há 2 dias. O paciente apresentava antecedente patológico de sífilis tratada com uma dose de penicilina benzatina há 2 semanas. Acuidade visual com correção de 20/400 em olho direito e 20/30 em olho esquerdo. À biomicroscopia ele apresentava flare discreto em câmara anterior e raras células. Ao fundo de olho ele apresentava um edema de papila bilateral e possivelmente um descolamento seroso da mácula no olho direito. Exames laboratoriais mostraram VDRL 1/2048, sorologias para hepatites e HIV negativas. O OCT demonstrou edema de papila bilateralmente além de descolamento seroso da mácula, descolamento bacilar e edema da camada nuclear interna no OD. A autofluorescência em ambos os olhos revelou dilatação dos capilares peripapilares com hiperfluorescência progressiva e extravasamento tardio e microangiopatia com hiperfluorescência difusa a partir dos capilares, além disso, mostrou edema de mácula em OD. Foi levantada hipótese de sífilis ocular e o paciente foi internado para tratamento com 10 dias de penicilina cristalina. Ao longo dos meses seguintes o paciente apresentou melhora da acuidade visual do OD até 20/50, restauração do aspecto fisiológico da retina e queda nos títulos de VDRL até não reagente. Apesar da melhora, o paciente manteve uma acuidade visual de 20/50 e mancha central em OD. Um ano após o tratamento paciente apresentava uma membrana epirretiniana quase imperceptível e 6 meses depois desenvolveu um buraco lamelar de mácula.

Conclusão

A ocorrência de buracos de mácula secundários à sífilis é rara mesmo na literatura, existem poucos relatos de caso demonstrando essa associação. Nesse caso, observamos a formação de um buraco lamelar após melhora do quadro infeccioso, provavelmente associado a uma membrana epirretiniana formada pelo processo inflamatório.

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