Grand Round - Sessão de Relato de Caso Oral


Código

GR01

Área Técnica

Catarata

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade de São Paulo

Autores

  • Arthur De Pinho Amorim (Interesse Comercial: NÃO)
  • Fernanda Nicolela Susanna (Interesse Comercial: NÃO)
  • Pedro Carlos Carricondo (Interesse Comercial: NÃO)

Título

ECTOPIA LENTIS ISOLADA BILATERAL EM GEMEAS UNIVITELINAS

Objetivo

Relatar um caso raro de ectopia lentis bilateral em gêmeas univitelinas sem alterações sistêmicas ou oculares e a técnica cirúrgica para correção.

Relato do Caso

Pacientes do sexo feminino, A.B.S. (paciente 1) e A.C.S. (paciente 2), gêmeas univitelinas, 7 anos, deram entrada no pronto socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo com queixa de baixa acuidade visual (AV) percebida em ambas pela professora. Ao exame oftalmológico: AV corrigida de 20/125 bilateralmente em paciente 1 e 20/80 em olho direito (OD) e conta dedos (CD) 2m em olho esquerdo (OE) em paciente 2, cristalino subluxado superiormente e com catarata cortical no eixo bilateralmente nas duas pacientes, sem demais alterações em biomicroscopia e fundoscopia (Figura 1). Exame laboratorial geral sem alterações e homocisteína no plasma dentro dos valores de referência. Ao exame físico: sem alterações esqueléticas, nos testes de mobilidade articular ou ecocardiograma. Apresentavam estatura dentro do percentil 50 e não apresentavam fácies sindrômicas ou alterações do desenvolvimento neuropsicomotor. Optou-se pela conduta cirúrgica com facoemulsificação com implante de lente intraocular e fixação pela técnica Yamane em ambas (Figura 2). A AV corrigida com 30 dias de pós operatório foi 20/30 em OD da paciente 1 e 20/125 em OE da paciente 2. Há planejamento para realizar a mesma cirurgia no segundo olho de ambas as pacientes.

Conclusão

O manejo conservador é preferido para pacientes com ectopia lentis sem complicações e com boa AV (acima de 20/50 geralmente) para evitar perda de acomodação e risco cirúrgico e anestésico, porém no caso relatado havia baixa AV significativa bilateralmente com prejuízo das atividades escolares nas duas pacientes. Atualmente, não existe evidência científica suficiente para demonstrar a superioridade de uma técnica única de implantação de lente intraocular na ausência de suporte zonular, logo as decisões foram individualizadas conforme o caso.

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