Código
GR10
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Evangélico de Belo Horizonte
Autores
- Pablo Sousa De Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
- Lissa Carvalho Werneque (Interesse Comercial: NÃO)
- Vinicius Monteiro De Castro (Interesse Comercial: NÃO)
Título
USO DO ENXERTO DE RETALHO ESCLERAL DE DOADOR NO TRATAMENTO DA HIPOTONIA OCULAR POS TRABECULECTOMIA
Objetivo
Uma das complicações pós-operatórias da trabeculectomia (TREC) é a ocorrência de hipotonia ocular, que pode advir de: aumento do fluxo do humor aquoso (HA); vazamento conjuntival do HA; algum processo inflamatório, dentre outros. Este estudo visa descrever um caso de uso do implante de enxerto de retalho escleral doador no controle da hipotonia em paciente pós TREC com Siedel positivo espontâneo importante.
Relato do Caso
GFS, 63 a, deu entrada no setor de urgência oftalmológica no HEBH, com queixa de irritação ocular e secreção em olho direito há 01 mês. Refere perda do seguimento no setor de glaucoma. HOFTP: uso de travoprosta em ambos olhos. Timolol + Dorzolamida em olho esquerdo (OE). TREC no olho direito (OD) em 2012. AV CC- OD: 20/200; OE: 20/25. Biomicroscopia – OD: ausência de hiperemia conjuntival, córnea transparente, CAF rasa, corectopia, sinéquias posteriores inferiormente, bolha de TREC esbranquiçada/ avascular, encisada, Siedel espontâneo importante em bolha, fácica. OE: sem alterações. Tonometria – OD: 6 mmHg; OE: 12 mmHg Fundoscopia – OD: E/D subtotal. Mácula sem alterações Encaminhada para Re-Trec de urgência com solicitação de esclera doadora para possível uso no procedimento. Após a abertura da conjuntiva, observou-se necrose escleral na região do flap. O enxerto de retalho escleral doador foi utilizado para refazer o flap de drenagem para bolha conjuntival. Após uma semana do procedimento, a paciente se apresentava com - biomicroscopia de OD: hiperemia conjuntival 2+, suturas esclerais e conjuntivais integras, bleb elevada e vascularizada, CA formada, Siedel espontâneo e provocado negativos. Tonometria OD: 13 mmHg.
Conclusão
Na TREC, o vazamento da bolha se destaca dentre as principais complicações. A conduta nesses casos, varia conforme o tipo e quantidade de vazamento, incluindo desde o uso de colírios até a intervenção cirúrgica. Nos casos cirúrgicos, salienta-se a importância de considerar, no pré-operatório, a possibilidade do uso do enxerto escleral doador na suspeita de necrose escleral durante a revisão da bolha de TREC.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP