Sessão de Relato de Caso


Código

RC108

Área Técnica

Oftalmopediatria

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)

Autores

  • MARINA GONCALVES VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • PRISCILLA OLIVEIRA ANDRAUS (Interesse Comercial: NÃO)
  • ANA CAROLINA VIEIRA MEDINA COELI (Interesse Comercial: NÃO)

Título

CONJUNTIVITE NEONATAL POR UM AGENTE INCOMUM NO RECEM-NASCIDO: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de conjuntivite neonatal com diagnóstico etiológico que foge dos padrões epidemiológicos para a faixa etária de um recém-nascido (RN) e ressaltar a importância do diagnóstico e tratamento precoces.

Relato do Caso

RN, feminino, 3 dias, a termo, parto vaginal sem intercorrências, sem comorbidades, pré natal incompleto com sorologias negativas. Chegou ao pronto socorro pediátrico acompanhada pelos pais, que relatavam secreção purulenta em olho esquerdo (OE) há algumas horas. Não havia relato de outros sintomas, assim como informações quanto à profilaxia para conjuntivite neonatal. À ectoscopia, olho direito (OD) apresentava leve hiperemia palpebral superior, conjuntivas calmas, sem secreção, córnea íntegra. Em OE, observou-se edema e hiperemia de pálpebras, secreção purulenta abundante, hiperemia de conjuntivas tarsais inferior e superior 4+/4+, hiperemia de conjuntiva bulbar 4+/4+, córnea íntegra. Movimentação ocular preservada em ambos os olhos. Foi realizada copiosa lavagem ocular com soro fisiológico e coleta de 2 amostras de material conjuntival para cultura. Prescrito antibiótico sistêmico e tópico para cobertura de clamídia e gonococo como possíveis agentes. O RN também foi encaminhado para investigação sistêmica, incluindo avaliação pulmonar e neurológica. O resultado das duas culturas positivaram para Haemophilus sp.

Conclusão

A conjuntivite neonatal é definida como uma conjuntivite purulenta que acomete o RN nos primeiros 28 dias de vida. Clamídia e Gonococo são os agentes mais comuns para essa faixa etária. Em contrapartida, outras etiologias menos comuns também fazem parte do diagnóstico diferencial, como o Haemophilus sp, que é o principal agente das conjuntivites na infância até os 5 anos. Considerando as dificuldades de acesso ao pré-natal e ao rastreio infeccioso, além da morbidade ocular e sistêmica nos casos de conjuntivite neonatal, é importante ressaltar a avaliação multidisciplinar e o tratamento adequado e precoce destes casos.

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