Código
RC135
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo
Autores
- ROBERTO MATHIAS MACHADO (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA AUREA VILAS BOAS POMBO HILARIÃO (Interesse Comercial: NÃO)
- ALINE PIMENTEL DE MIRANDA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TUMOR FIBROSO SOLITARIO PALPEBRAL: UM RELATO DE CASO
Objetivo
A apresentação do tumor fibroso solitário (TFS) é incomum. Na região da pálpebra e órbita torna-se ainda mais raro. O objetivo deste trabalho é descrever esta forma de apresentação atípica, para que o TFS faça parte das hipóteses diagnósticas de lesões palpebrais.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 24 anos, encaminhado ao setor da Órbita da Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo, devido a tumoração em pálpebra superior esquerda há 3 meses, com crescimento indolor e progressivo. Associado ao quadro, relatava episódios febris (39oC) e astenia. Negava comorbidades e outros sintomas. Ao exame oftalmológico, notava-se massa em região palpebral esquerda, de consistência fibroelástica, endurecida, medindo cerca de 6cm (Imagem 1.1). Paciente apresentava restrição à elevação e abdução do olho esquerdo, sem outras alterações à biomicroscopia e fundoscopia. Solicitou-se tomografia de órbitas, que evidenciou lesão expansiva e bem delimitada na região palpebral e órbita anterior (Imagem 1.2). Diante dos exames, optou-se por realizar orbitotomia superior por via transconjuntival. A lesão removida (Imagem 2.1) foi encaminhada para estudo anatomopatológico, sendo indentificado tumor fibroso solitário de apresentação orbitária, com positividade para CD34. Sendo assim, além do seguimento com equipe da órbita, o paciente foi referenciado ao setor da oncologia, onde iniciou quimioterapia adjuvante (Carboplatina + Paclitaxel) e evoluiu com melhora da lesão (imagem 2.2).
Conclusão
O diagnóstico de TFS é confirmado por análise imuno-histoquímica, com a identificação da proteína STAT6; as tumorais são imunorreativas para CD34, CD 99 e BCL-2. Na órbita, TFS geralmente segue um curso mais indolente e é curado por excisão completa. Caso seja parcialmente retirado, há uma elevada taxa de recorrência, que se associa a um potencial para transformação maligna. A análise histopatológica tem tanto valor prognóstico quanto diagnóstico. Em conclusão, o TFS deve ser incluído no diagnóstico diferencial de tumores palpebrais e orbitários.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP