Código
RC241
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
Autores
- CAIO GODINHO CALDEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- THAÍS GODINHO CALDEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- DANIEL VITOR DE VASCONCELOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINITE UNILATERAL SUBAGUDA DIFUSA: AVALIAÇAO MULTIMODAL COM RARA IDENTIFICAÇAO DA LARVA
Objetivo
Relatar o caso de uma paciente diagnosticada com neurorretinite unilateral subaguda difusa (DUSN) em que a identificação da larva por avaliação multimodal possibilitou o tratamento assertivo e um desfecho favorável.
Relato do Caso
Feminino, 17 anos, atendida no departamento de uveíte de um hospital oftalmológico de grande porte com queixa de baixa visão (BAV) progressiva em olho direito (OD) de início há 1 semana. Negava antecedentes sistêmicos ou oftalmológicos. Referia contato próximo com gato. Ao exame constatou-se AV com correção de 20/400 em OD e 20/20 em OE, pressão intraocular de 15 mmhg em ambos olhos, biomicroscopia com reação de câmara anterior (1/4+) em OD e normal em OE. O mapeamento de retina evidenciava edema de disco óptico e retiniano, estrela macular, lesões branco-acinzentadas estendendo para média periferia temporal inferior e aumento da tortuosidade vascular peridiscal em OD, sem alterações em OE. Revisão laboratorial sem alterações e sorologias negativas. Realizado OCT e retinografia com achados sugestivos de DUSN, possibilitando a identificação de larva subrretiniana (provável toxocara) nos exames. Feito fotocoagulação a laser em área adjacente e iniciado albendazol oral 400 mg/dia por 30 dias e dexametasona colírio em desmame. Ao final do tratamento, paciente evoluiu com AV de 20/25 CC em OD e melhora das lesões observadas em fundo de olho, apresentando aspecto cicatricial. A identificação precoce e tratamento direcionado permitiram uma melhora substancial do quadro, que segue em acompanhamento periódico no departamento.
Conclusão
O diagnóstico da DUSN deve idealmente ser feito em fase inicial. A visualização da larva é patognomônica dessa patologia, apesar de raramente ser possível. Seu achado possibilita a realização de fotocoagulação a laser direcionada, que consiste na melhor opção de tratamento, podendo ser complementada com terapia anti-helmíntica oral. Essas medidas geram uma interrupção e regressão do processo inflamatório, favorecendo evoluções clínicas positivas com resultado satisfatório.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP