Código
RC254
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina de Jundiaí
Autores
- Gabriela Da Silva Motta (Interesse Comercial: NÃO)
- Marilia Perez Caramore (Interesse Comercial: NÃO)
- Claudio Renato Garcia (Interesse Comercial: NÃO)
Título
UVEITE TUBERCULOSA POSTERIOR BILATERAL E SIMULTANEA: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever a ocorrência de neurorretinite bilateral e simultânea.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino, 26 anos, natural e procedente de Jundiaí - SP, apresentou queixa de baixa de acuidade visual (BAV) bilateral simultânea e progressiva dois meses antes do atendimento inicial, associada a hiperemia ocular, dor ocular, fotopsias e metamorfopsia. A queixa era inicialmente assimétrica, pior em olho direito (OD). O paciente não apresentava antecedentes pessoais dignos de nota, mas possuía antecedentes familiares de tuberculose e hanseníase. Ao exame físico inicial, apresentava acuidade visual com melhor correção (AVCC) de 20/70 em OD, e 20/30 em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia, hiperemia conjuntival ++ em ambos olhos (AO), reação de câmara anterior de 2+ AO e presença de pigmentos irianos em cápsula anterior do cristalino bilateral. A pressão intraocular (PIO) era de 10 mmHg em AO. À fundoscopia apresentava hiperemia com edema de papila bilateral, pior em OD alteração de brilho macular bilateral, lesões hipopigmentadas subretinianas múltiplas em periferias de AO e vitreíte 1+ bilateral. Os exames iniciais solicitados foram: PPD (20 MM); VDRL(-); FTA ABS (-); angiografia fluorescente (impregnação tardia multifocal); OCT macular (estrutura macular preservada, com líquido peripapilar); RX (normal) e tomografia computadorizada de tórax (normal); dosagem de ECA (normal) e dosagem de cálcio urinário (normal). O paciente foi encaminhado a Unidade Básica de Saúde onde se iniciou o tratamento com esquema RIPE com introdução de corticoterapia após 1 mês do início do tratamento e, ao final de 4 meses, apresentava AVCC = 20/20 em AO, ausência de reação de câmara anterior e ausência de lesões em fundoscopia descritas em consulta inicial.
Conclusão
A infecção pela tuberculose pode se apresentar de diversas formas, tanto sistêmicas quanto oftalmológicas, tornando seu diagnóstico difícil, embora de importância capital seja a história clínica detalhada e antecedentes pessoais e familiares, assim como naturalidade e procedência, bem investigados.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP