Sessão de Relato de Caso


Código

RC063

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes

Autores

  • CARLOS ALBERTO LEHMKUHL JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
  • MARIA AUGUSTA STULP VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
  • FERNANADA LEHMKUHL (Interesse Comercial: NÃO)

Título

DIPLOPIA SECUNDARIA A PARALISIA BILATERAL DE VI PAR CRANIANO POR TROMBOSE DE SEIO TRANSVERSO ASSOCIADO A PAPILEDEMA

Objetivo

Relatar o caso de uma paciente jovem usuária de contraceptivo oral combinado como único fator de risco identificado para trombose de seio cerebral, manifestando-se com diplopia secundária à paralisia bilateral de VI par craniano e papiledema.

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 19 anos, sem comorbidades conhecidas, em uso diário de contraceptivo oral combinado. Dá entrada ao pronto socorro oftalmológico referindo há 15 dias cefaleia de forte intensidade em região frontotemporal, associada a vômitos, e há 3 dias diplopia binocular de início súbito. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual sem correção de 1,0 em ambos os olhos. Biomicroscopia e tonometria sem alterações. Mapeamento de retina demonstrou edema de disco óptico 2/4+ em ambos os olhos. Movimentação extrínseca extraocular compatível com paralisia bilateral de retos laterais. Procedeu-se com internação hospitalar para investigação etiológica. Exames de rastreio para doenças infecciosas, hematopatias, trombofilias ou doenças reumatológicas sem alterações sugestivas de patologia. Exame de tomografia computadorizada (TC) de crânio e órbitas compatível com normalidade. Raquimanometria acima do valor de referência, com 40 cm H20. Procedeu-se então com exame de angiotomografia computadorizada venosa de crânio em caráter de urgência, que demonstrou falhas de enchimento dos seios transverso e sigmoide à direita, com extensão à veia jugular interna deste lado, indicativo de trombose venosa cerebral nestes segmentos. Após o diagnóstico, iniciou-se anticoagulação com enoxaparina, e após alta hospitalar, com rivaroxabana. A paciente evoluiu bem, com melhora do quadro oftalmológico e neurológico, e cessou o uso de contraceptivo oral combinado.

Conclusão

O diagnóstico de trombose venosa cerebral é desafiador em um contexto de emergência oftalmológica. A realização de um exame minucioso e a interação multidisciplinar são fundamentais para correto diagnóstico e tratamento em casos que envolvem papiledema.

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