Código
RC227
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitario Evangelico Mackenzie
Autores
- LETÍCIA MARIUSSI LEGRAMANTI (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNA CAROLYNA PEREIRA PAIVA (Interesse Comercial: NÃO)
- JESSICA LAYS GAIO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ENDOFTALMITE ASSEPTICA POS FACOEMULSIFICAÇAO EM PACIENTE COM POLIANGEITE MICROSCOPICA: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de endoftalmite asséptica em paciente portadora de poliangeíte microscópica submetida a cirurgia de facoemulsificação.
Relato do Caso
Paciente feminina, 64 anos, portadora de poliangeíte microscópica (PAM), foi submetida a facoemulsificação de olho esquerdo sem intercorrências. No 1º dia após a cirurgia, exame oftalmológico dentro da normalidade. No 6º dia, paciente buscou pronto atendimento da instituição com queixa de dor e baixa acuidade visual. Ao exame, visão de percepção luminosa, pressão intraocular (PIO) 18 mmHg, hiperemia conjuntival 2+/4, edema de córnea 2+/4, membrana pupilar 360º, hipópio de 1mm e pupila não fotorreagente. Realizado ultrassonografia (USG) com ecos vítreos de alta refletividade sugestivo de processo inflamatório/infeccioso. Optado por coleta de material vítreo e envio para realização de culturas, além de início de corticóide por via oral e tópico em dose imunossupressora, tropicamida de 12 em 12 horas, antibiótico via oral e uma dose de injeção intravítrea associando vancomicina, ceftazidima e dexametasona. Após 24 horas, membrana pupilar em reabsorção - realizada iridotomia a fim de evitar bloqueio pupilar. Após 7 dias do início dos sintomas, AV 20/100, PIO 13mmHg, ausência total de hipópio e membrana pupilar, USG com ecos vítreos de baixa refletividade e resultados de cultura negativos para bactérias ou outros microorganismos, reafirmando o caráter inflamatório e reativo do quadro.
Conclusão
A endoftalmite é uma das mais severas complicações pós facoemulsificação e pode possuir origem infecciosa ou puramente inflamatória. A PAM é uma vasculite sistêmica autoimune que acomete vasos de pequeno e médio calibre e possui clínica variada. O aparecimento precoce do quadro, a presença de vasculite sistêmica e a melhora significativa com corticoterapia em dose imunossupressora colaboram com o diagnóstico de endoftalmite asséptica. Embora muitas doenças autoimunes já constituem causa conhecida de acometimento ocular, o caso relatado reafirma a importância de estar atento de forma individual às comorbidades do paciente.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP