Sessão de Relato de Caso


Código

RC033

Área Técnica

Doenças Sistêmicas

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Autores

  • Darly Gomes Soares Delfino (Interesse Comercial: NÃO)
  • Jéssica Pimentel Lino (Interesse Comercial: NÃO)
  • Ana Luísa Rodrigues da Silveira (Interesse Comercial: NÃO)

Título

MACULOPATIA E NEURITE OPTICA RELACIONADAS A DENGUE: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Este trabalho visa relatar um caso de maculopatia e neurite óptica bilaterais secundárias a infecção por dengue.

Relato do Caso

Paciente, sexo feminino, 35 anos, previamente hígida, comparece à urgência oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual (BAV) bilateral há três dias. Há sete dias evoluiu com febre, exantema, mialgia e dor retro orbitária, com diagnóstico clínico de dengue. Ao exame, acuidade visual com pinhole (AVPH) em olho direito (OD) 20/100+1 e em olho esquerdo (OE) conta dedos a dois metros. Ao mapeamento de retina, haze vítreo grau um, hiperemia e borramento de disco, edema macular bilateral. À tomografia de coerência óptica (OCT) bilateral: celularidade vítrea posterior, depressão foveal alterada por pseudocistos intrarretinianos, presença de descolamento seroso foveal e edema de disco. Paciente foi internada para extensão de propedêutica com os seguintes resultados: plaquetopenia leve, IgM positivo para dengue, exames reumatológicos e demais sorologias (sífilis, HIV, toxoplasmose) negativas; líquor, tomografia de tórax, ressonância de crânio e órbitas sem alterações significativas. Iniciado prednisona 60 mg oral em esquema de redução semanal. OCT subsequente apresenta rarefação leve de fotorreceptores bilateralmente com resolução completa do descolamento seroso foveal e parcial do edema de disco. Paciente permanece em acompanhamento ambulatorial mantendo AVPH 20/40-1 em OD e 20/60-2 em OE.

Conclusão

A dengue é uma arbovirose endêmica em países tropicais, sendo o diagnóstico realizado por sorologia ou detecção de antígenos virais. O acometimento ocular é considerado incomum e consiste em manifestações variadas como hemorragia subconjuntival, uveítes, maculopatias e neurite óptica. Os sintomas são geralmente bilaterais e o grau de BAV pode ser leve até grave, com recuperação variável em um intervalo de dias até anos. Não existe tratamento específico, sendo a corticoterapia utilizada em casos com resposta inflamatória mais intensa.

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