Código
RC152
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos do Noroeste Paraná - HONORP
Autores
- Marina Fadanelli Pian (Interesse Comercial: NÃO)
- André Vitor Takizawa (Interesse Comercial: NÃO)
- Ana Carolina Igami Nakassa (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: DOENÇA DE COATS
Objetivo
Relatar o caso de um paciente com doença de Coats e breve revisão de literatura.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, idade de 7 anos e 3 meses, procurou atendimento com queixa de BAV recente. Havia consultado no serviço há menos de 1 ano, com acuidade visual (AV) 20/20 em ambos os olhos. Ao exame atual apresentou AV de 20/100 parcial em olho direito (OD) e 20/25 em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia sem alterações. À fundoscopia observado exsudações importantes em todo o polo posterior de OD e OE sem alterações. Mapeamento de retina evidenciou telangiectasias em macula e exsudações em polo posterior de OD e tomografia de coerência óptica (OCT) macular evidenciou serrilhado em área de fotorreceptores de OD. Exames complementares de OE sem alterações. Aventada a hipótese diagnóstica de Doença de Coats - estágio IIA de Shields e indicado fotocoagulação em OD. A doença de Coats é uma condição oftalmológica rara e progressiva, com prevalência de 0,09 a cada 100.000 na população. Caracteriza-se pelo aparecimento de telangiectasias retinianas idiopáticas, com exsudação intraretiniana e/ou subretiniana, e sem tração vitreoretiniana. A doença clássica é isolada, unilateral e afeta sobretudo indivíduos jovens do sexo masculino, tendo seu pico de incidência entre os 6-8 anos. Sua etiologia não se encontra totalmente esclarecida, no entanto, está descrita uma associação desta patologia com o gene NDP. O diagnóstico é essencialmente clínico.
Conclusão
A doença de Coats é uma condição oftalmológica que pode causar comprometimento visual significativo em crianças. Os principais achados clínicos são leucocoria, baixa acuidade visual e estrabismo, sendo um dos principais diagnósticos diferenciais com o retinoblastoma, devendo este ser excluído rapidamente, devido à sua potencial morbidade e mortalidade. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações graves e preservar a visão do paciente. Este caso destaca a importância da vigilância oftalmológica em crianças, sobretudo quando apresentarem sintomas visuais inexplicados.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP