Código
RC240
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina do Trabalho do Triângulo Mineiro (UFTM)
Autores
- Thamara Joyce Alves Rocha (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NECROSE RETINIANA BILATERAL POR UVEITE INFECCIOSA DE MULTIPLOS AGENTES EM UM PACIENTE COM AIDS: RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever o relato de paciente, com diagnóstico de HIV desconhecido, que apresentou quadro de Necrose Retiniana Bilateral por Uveíte causada simultaneamente por Toxoplasmose, Sífilis e Citomegalovírus.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 55 anos, busca pronto socorro de Oftalmologia com queixa de perda visual bilateral progressiva, pior em olho direito há 4 meses, associada a dor ocular há 01 semana. Relata história patológica pregressa de sífilis na adolescência não tratada. Ao exame, em olho direito (OD), apresentava acuidade visual (AV) de vultos, reação de câmara anterior ( RCA) intensa, descolamento de retina tracional e vitreite, já em olho esquerdo (OE), evidenciava AV de 20⁄200, RCA intensa, proliferação vitreorretiniana, vitreite e palidez de retina com lesões esbranquiçadas. Foi levantada a hipótese de necrose retiniana bilateral por uveíte anterior e posterior causada por Toxoplasmose, Citomegalovirus e Sífilis em paciente possivelmente imunossuprimido sendo essa suspeita confirmada por sorologias. Paciente foi internado, em cuidados conjunto com a equipe de Infectologia, e tratado com Penicilina, Ganciclovir, Trimetropina + Sulfametoxazol e terapia antirretroviral além de colírios tópicos de tropicamida e prednisolona bem como com fotocoagulação à laser em ambos os olhos, evoluindo com melhora visual parcial de OD (conta dedos 1 metro) e preservação visual de OE (20⁄30). Paciente mantém seguimento regular ambulatorial na uveítes e infectologia.
Conclusão
O caso apresenta um exemplo crítico de necrose retiniana bilateral causada por uveíte infecciosa de múltiplos agentes em um paciente com AIDS. Embora o desfecho visual tenha sido satisfatório, principalmente em OE, é importante sublinhar que a demora na busca de assistência oftalmológica e o desconhecimento do diagnóstico sorológico de HIV justificam a complicação do quadro. Nesse sentido, fica evidente a importância da educação em saúde, do diagnóstico precoce e do tratamento rápido de forma a proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP