Código
RC097
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospita Banco de Olhos de Porto Alegre
Autores
- MARIA PAULA SANDRI FACCHIN (Interesse Comercial: NÃO)
- Ricardo Morschbacher (Interesse Comercial: NÃO)
- Vitor Hugo Camargo (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARACOCCIDIOIDOMICOSE SIMULANDO LESAO NEOPLASICA PALPEBRAL
Objetivo
O objetivo do trabalho é relatar um caso de lesões palpebrais altamente sugestivas de neoplasia pelo aspecto clínico, diagnosticadas como paracoccidioidomicose pelo exame anatomopatológico (AP).
Relato do Caso
M.R.S., masculino, 47 anos, agricultor, encaminhado por lesão de pálpebra superior esquerda (PSE) de surgimento há 5 meses. Ao exame oftalmológico inicial, AV em ambos os olhos de 20/25, à biomicroscopia, lesão ulcerada em terço médio de PSE, com acometimento de conjuntiva tarsal superior, poupando apenas os 2 mm mediais, além de lesão perolada de centro ulcerado em pálpebra inferior esquerda (PIE) em seu terço medial a 1 mm da linha ciliar. No primeiro exame, sem linfonodomegalias palpáveis ou alterações à fundoscopia, não apresentava febre ou outras alterações sistêmicas. Na suspeita de neoplasias de pálpebra, foi indicado biópsia das lesões, com resultado de PBM. Assim, foi inciado tratamento com Itraconazol VO e o paciente encaminhado para investigação sistêmica.
Conclusão
A PBM é uma doença polimórfica e pode mimetizar neoplasias. Apresenta-se de forma crônica ou aguda, unifocal ou multifocal. Pode atingir pele, mucosas, linfonodos ou apresentar disseminação sistêmica. Em sua forma mucocutânea, manifesta-se como lesões nodulares, necróticas ou mesmo ulceradas, fazendo diagnóstico diferencial de neoplasias de pele. O padrão ouro do diagnóstico é o encontro de elementos fúngicos sugestivos em exame a fresco de escarro ou raspagem de lesão e/ou fragmento de biópsia de área acometida. O tratamento é feito com antifúngicos (anfotericina B, sulfamídicos, azólicos) e os critérios de cura são clínicos pelo desaparecimento dos sinais e sintomas, radiológicos ou imunológicos. O caso relatado mostra uma apresentação clínica subaguda de lesões palpebrais sugestivas de neoplasia ao exame clínico, diagnosticadas como PBM ao resultado do AP. Isso alerta para a importância do diagnóstico diferencial, uma vez que o tratamento muda de uma excisão ampla da lesão com margem de segurança para antifúngico VO com possibilidade de resolução completa das lesões.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP