Código
RC231
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Autores
- HELENA DAI PRÁ MAESTRI (Interesse Comercial: NÃO)
- WILON STANG (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO GARTNER MICHEL (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PTERIGIO SECUNDARIO A TRAUMA OCULAR COM AGENTE QUIMICO
Objetivo
Expor os efeitos de complicação ocular relacionada a trauma com agente químico e a importância de abordagem precoce para evitar complicações a longo prazo.
Relato do Caso
Paciente masculino, 58 anos, com história de acidente com solvente de tinta em ambos os olhos (AO) há 10 anos. Crescimento de pterígio temporal e nasal em AO progressivo após, resultando em baixa acuidade visual (BAV). Nega comorbidades, uso de medicações contínuas ou cirurgias oculares prévias. Ao exame, acuidade visual (AV) sem correção olho direito (OD) 20/300 e olho esquerdo (OE) movimento de mãos. AV sem melhora com teste de refração. Pressão intraocular não é possível aferir com tonômetro de perkins devido à irregularidade corneana, toque bidigital normal AO. À biomicroscopia, OD com câmara anterior formada (CAF), cornea clara, pterígio temporal grau 4, pequeno simbléfaro em conjuntiva tarsal temporal; OE com CAF, opacidade corneana cicatricial, pterígio nasal grau 4 e temporal grau 4, pequeno simbléfaro em conjuntiva tarsal temporal. Fundoscopia de difícil avaliação em AO devido pterígio e opacidade corneana, OD sugestivo de cicatriz de coriorretinite sem sinais de atividade, retina aplicada; OE retina aplicada, sem particularidades. Planejado cirurgia de exérese de pterígio temporal de OE com mitomicina em primeiro momento, com plano de avaliar exérese de pterígio nasal OE e temporal OD em outros tempos cirúrgicos.
Conclusão
O trauma ocular com agentes químicos pode causar perda das células limbares e levar à conjuntivalização e vascularização da córnea. As complicações a longo prazo incluem formação de simbléfaro, entropio cicatricial e pterígio, o qual é caracterizado como um crescimento subepitelial fibrovascular do tecido degenerativo da conjuntiva bulbar sobre o limbo e a córnea. Entre as possíveis condutas, destaca-se a realização de cirurgias precoces para revascularização do limbo, restauração de células límbicas e recomposição de fórnice, as quais são de extrema relevância para amenizar complicações imediatas e de longo prazo, como as vistas neste caso.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP