Sessão de Relato de Caso


Código

RC080

Área Técnica

Neuroftalmologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Autores

  • GIULIANNO RODRIGUES DE BRITTO (Interesse Comercial: NÃO)
  • ROBERTO MATHIAS MACHADO (Interesse Comercial: NÃO)
  • FABIO EJZEMBAUM (Interesse Comercial: NÃO)

Título

SINDROME DE FOVILLE: UM RELATO DE CASO

Objetivo

A Síndrome de Foville (FS) é decorrente de uma obstrução dos ramos perfurantes da artéria basilar causada por lesões no tegmento pontino, com repercussão dos V, VI, VII e VIII pares cranianos ipsolaterais à lesão, com hemiparesia contraletral1,2. Apesar de incomum, a SF tem elevada relevância clínica devido à alta mortalidade, tratando-se de uma emergência neurológica3. Esse trabalho objetiva descrever um caso de síndrome de Foville diagnosticado no setor de oftalmologia da SCMSP.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 19 anos, com histórico de AVC hemorrágico em janeiro de 2024 evoluiu durante a internação, com desvio de olho direito (OD) associado a nistagmo e diplopia binocular, que melhorava à oclusão de um dos olhos. Ao exame oftalmológico apresentava restrição de elevação de ambos os olhos (AO), restrição de adução do olho esquerdo (OE) e restrição de abdução OD – Figura 1; nistagmo bilateral que piorava nas lateroversões; paralisia de hemiface à direita; lagoftalmo em OD; e convergência ocular mantida – Figura 2. Ao exame físico evidenciava hemiplegia à esquerda. Na ressonância magnética foi identificada lesão descrita como hematoma intraparenquimatoso no tegmento pontino a direita, hemoventrículo e ectasia ventricular supratentorial, sugestivo de cavernoma em região da ponte – Figura 3.

Conclusão

O caso tem relevância clínica devido à sua apresentação com achados que permitem topografar a lesão cerebral. Diante do surgimento desse quadro clínico, é fundamental a avaliação neurológica para diagnóstico precoce, devido à sua íntima relação com estruturas vitais. Os sintomas iniciais mais comumente apresentados sao cefaleia e vertigem súbitos. O manejo varia de acordo com a localização da da doença de base, sendo mais comum a causa vascular. O acometimento dos V, VI, VII e VIII pares cranianos ocorem pela lesao no ramo da artéria basilar que os irriga e a hemiplegia contralateral é gerada pela lesao no trato corticoespinhal. No manejo após o quadro é necessário a prevenção secundária com controle de comorbidades e reabilitação.

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