Grand Round - Sessão de Relato de Caso Oral


Código

GR09

Área Técnica

Glaucoma

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Autores

  • MATHEUS FERREIRA SANTOS DA CRUZ (Interesse Comercial: NÃO)
  • GABRIELA DE ALENCAR COSTA SHIGETOMI (Interesse Comercial: NÃO)
  • LUIZ FERNANDO TEIXEIRA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

HIPERTENSAO VENOSA EPISCLERAL IDIOPATICA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de glaucoma pós trabecular e discutir condutas diante de suas possíveis etiologias.

Relato do Caso

Paciente de 41 anos, sexo feminino, encaminhada ao setor de glaucoma pelo PS do Hospital São Paulo com queixa de dor e hiperemia em OE há 02 semanas. Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/25 em ambos os olhos; biomicroscopia de olho direito sem alterações, olho esquerdo com dilatação das veias episclerais nos 4 quadrantes. Em uso de acetazolamida 250mg de 6/6h, colírio de maleato de timolol, tartarato de brimonidina e Travoprosta em olho esquerdo, apresentando PIO de 9mmHg em OD e 21mmHg em OE. Exame de gonioscopia OE com ângulo aberto 360 com a presença de sangue no canal de Schlemm. Na fundoscopia, assimetria de escavação, sendo 0.5 em OD e 0.8 em OE, e perda da camada de fibras nervosas com hoyt temporal superior em OE. Diante disso, foi pensado em hipóteses diagnósticas as causas de Glaucoma Pós-Trabecular, dentre elas Sturge-Weber ou patologias que dificultam retorno venoso, fístula carotídeo cavernosa ou hipertensão venosa episcleral idiopática. Como manejo, foram então solicitados OCT, campo visual, ressonância magnética e doppler de órbitas para avaliação etiológica. OCT OE evidenciou perda de camada de fibras nervosas temporal superior e camada de células ganglionares temporal superior principalmente e inferior, e CV perda arqueada inferior. Ressonância magnética e USG doppler não descartava hipótese de fístula venosa de baixo fluxo. Foi, então, solicitada angiografia cerebral e descartado fístula venosa. Diante disso, hipertensão venosa episcleral idiopática ficou como a principal hipótese diagnóstica. Para controle da pressão intraocular, foi realizada trabeculectomia em olho esquerdo com controle da PIO para 8mmHg após 35 dias de pós operatório sem uso de colírios.

Conclusão

Relatou-se um caso de hipertensão episcleral idiopática após exclusão das demais causas de glaucoma pós trabecular, evidenciando a importância da investigação etiológica e exames complementares diante de dilatação venosa episcleral.

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