Título

EDEMA DE PAPILA ASSIMETRICO E SINAIS NEUROLOGICOS DE UM QUADRO DE NEUROSSIFILIS

Objetivo

Descrever caso de Sífilis Ocular em paciente jovem com edema assimétrico de Disco Óptico com necessidade de internação hospitalar.

Relato do Caso

Paciente sexo feminino, 20 anos, sem comorbidades conhecidas, procurou há 5 meses o Serviço de Oftalmologia com baixa acuidade visual em olho esquerdo (OE) associada à cefaleia intensa e persistente em região orbitária. Refere avaliação prévia em neurologista, com RNM sem alterações. Nega uso de medicação, variação ponderal e histórico de doença ocular. Ao exame: acuidade visual com melhor correção em olho direito 20/20 e OE 20/40. Solicitada Retinografia e Ultrassonografia ocular (USG) em ambos os olhos (AO) que revelaram edema assimétrico de Disco Óptico, mais acentuado em OE. Após exames, solicitadas sorologias de toxoplasmose, HIV e sífilis (VDRL e FTA-ABS) e realizado novo encaminhamento ao neurologista para avaliação de Hipertensão Intracraniana idiopática. Retornou após 10 dias para resultado de sorologias, evidenciando infecção aguda por Sífilis (VDRL 1:512 e FTA-ABS forte reagente para IgM e IgG) sendo realizada internação urgente em Setor de Infectologia para tratamento com Penicilina Cristalina IV por 14 dias, com punção liquórica a critério. Orientado avaliação e tratamento de parceiro, além de retorno após tratamento com laudo de alta.

Conclusão

A sífilis ocular com edema de disco óptico em paciente jovem é uma apresentação rara, mas potencialmente grave da doença, e exige alto índice de suspeição clínica para diagnóstico precoce e tratamento adequado. O edema de disco óptico pode ser uma manifestação inicial da sífilis ocular e pode levar a comprometimento visual significativo se não for tratado adequadamente. O tratamento com antibióticos é eficaz na maioria dos casos, mas o acompanhamento oftalmológico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e prevenir complicações. A conscientização sobre a sífilis ocular com edema de disco óptico em pacientes jovens é crucial para garantir um diagnóstico precoce e um manejo adequado, visando preservar a saúde visual e a qualidade de vida.