LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CELULAS B DO SEIO ETMOIDAL: RELATO DE CASO
O linfoma não-Hodgkin (LNH) de trato nasossinusal é uma forma rara de linfoma, representando menos de 5% de todos os casos de linfoma não Hodgkin. Tem origem nos tecidos linfáticos do nariz e dos seios paranasais e sua localização pode apresentar desafios no diagnóstico e tratamento. Os sintomas iniciais frequentemente simulam um quadro de sinusite, incluindo obstrução nasal, cefaleia e redução do olfato e, diante da apresentação clínica inespecífica, o prognóstico da doença pode ser ainda mais reservado. (1-2-8) O objetivo deste estudo é descrever o caso de uma paciente com LNH em seio etmoidal e destacar a relevância do reconhecimento clínico precoce desses quadros.
Mulher, 35 anos, com queixa de cefaleia refratária a opioides, epífora e turvação visual em olho esquerdo com 4 meses de evolução, associada a protuberância frontal de aumento progressivo, ptose palpebral e deslocamento temporal superior do globo ocular ipsilateral. Acuidade visual e movimentação ocular extrínseca encontravam-se preservadas. Ressonância de órbita e seios da face evidenciou lesão sólida expansiva e infiltrativa de densidade de partes moles centrada na região etmoidal, medindo 6,0x5,3x2,9cm, com invasão periorbitária medial à esquerda, associada a obliteração do ducto lacrimal do mesmo lado. Realizada biópsia incisional, cujo anatomopatológico foi compatível com neoplasia maligna pouco diferenciada e a imunohistoquímica subsequente demonstrou tratar-se de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) com imunofenótipo duplo expressor (c-MYC+/BCL2+). Em seguimento conjunto com equipe de oncologia a paciente foi submetida a quimioterapia e evoluiu com regressão dos sinais e sintomas.
O LDGCB é um subtipo histológico agressivo e o mais comum dentre os LNH do trato nasossinusal. (5-6-9) Apesar de rara, essa neoplasia deve fazer parte do diagnóstico diferencial de massa tumoral dos seios paranasais e, visando sua detecção em estágios iniciais, a propedêutica adequada para busca do diagnóstico é essencial para viabilizar o tratamento precoce. (3-4-7)
Oncologia
Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil
Lara Esteves Ferreira De Oliveira Almeida, Samuel Henrique Barbosa Silva, Raphael Coelho Santos
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