Dados do Trabalho


Título

ULCERA DE CORNEA POR PSEUDOMONAS MENDOCINA

Objetivo

Relatar um raro caso de úlcera de córnea por Pseudomonas mendocina refratária ao tratamento clínico.

Relato do Caso

Feminina, 78 anos, portadora de déficit cognitivo, apresentou quadro de úlcera de córnea em OE secundário a herpes zoster tratada com transplante de córnea tectônico associado a membrana amniótica de urgência. Após 4 meses, retornou a atendimento com dor e secreção purulenta em OE. Ao exame. OE: edema de pálpebra, hiperemia conjuntival, secreção amarelada abundante, melting total da córnea, edema de córnea 3+, leucoma extenso, área desepitelizada inferior corando a fluoresceína de 6,5mm x 6,5mm, pontos do transplante das 6 -9 horas soltos, câmara formada, ausência de seidel. USG ocular: sem sinais de endoftalmite. Em coleta de material da úlcera detectados bacilos gram negativos e o patógeno isolado pelo MALD TOF foi Pseudomonas mendocina, sensível a ciprofloxacino, gentamicina e tobramicina. Foi realizado tratamento com vancomicina e ceftazidima colírio 2/2h por 10 dias, sem resposta, optado pela troca para gentamicina e cefazolina colírio 2/2h, também sem melhora após mais 10 dias de tratamento. Paciente evoluiu então para necessidade de novo transplante de córnea tectônico por refratariedade ao tratamento clínico.

Conclusão

Pseudomonas mendocina é uma bactéria Gram-negativa pertencente à família Pseudomonadaceae. A espécie raramente causa doenças em humanos embora existam relatos de cerca de 20 infecções documentadas como endocardite1 e bacteremia2 causadas pela P mendocina no mundo. No âmbito da oftalmologia, não há registro nacional. Na literatura inernacional, úlceras de córnea causadas por espécies incomuns de Pseudomonas apresentaram prevalência de 2,2%, a qual apenas 3,3% foram causadas pela P. mendocina3.
O caso acima representa o primeiro relato de ulcera de córnea por Pseudomonas mendocina documentado no Brasil e um dos primeiros no mundo. O fato da paciente relatada ser idosa, apresentar déficit cognitivo importante e já ter sido submetida a transplante de córnea prévio pode ter facilitado a infecção.

Área

Córnea

Instituições

Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Paraná - Brasil

Autores

BRUNA DEPIERI MICHELS, Mariana Miyazak Solano Vale, Henrique Malaquias Possebom

Promotor

Realização - CBO

Mídia de apoio

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Organização

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