COROIDITE SERPIGINOSA: UM DIAGNOSTICO DESAFIADOR
Relatar um quadro de coroidite serpiginosa, uma condição rara, apresentando achados clínicos e de imagens para elucidar o diagnóstico e manejo da condição, visando melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Masculino, 81 anos, hipertenso e tabagista de longa data, procurou ambulatório de oftalmologia com história de baixa acuidade visual em OE, progressiva, há mais de 30 anos. Negava antecedentes oftalmológicos. Sua melhor acuidade visual era de 20/40 em OD e 20/500 em OE. À biomicroscopia, catarata nuclear grau 2 em ambos os olhos. À fundoscopia, OD apresentava drusas em polo posterior e arcadas, e áreas de atrofia esparsas, enquanto em OE encontrava-se lesão central, amarelada, de bordos irregulares, com área de hiperpigmentação perilesional. À retinografia a esquerda, evidenciava-se áreas de intensa atrofia difusa da retina externa em polo posterior, e lesão perimacular de aspecto fibroso com regiões hipercrômicas perilesionais sugestivas de hipertrofia do EPR. A angiofluoresceinografia apresentava, nas fases precoces, achados hipofluorescentes com margens hiperfluorescentes, que poderiam indicar neovascularização da coróide. Já nas fases tardias, a lesão central se apresentava com hiperfluorescência, típica da doença em questão. Na ocasião, foi optado por não iniciar terapia medicamentosa, realizando acompanhamentos periódicos.
É uma condição rara, de causa desconhecida, possivelmente autoimune, caracterizada por coriorretininte, geralmente bilateral, com episódios recorrentes de inflamação da coriocapilar e do EPR, com envolvimento secundário da retina neurossensorial. Seu diagnóstico é tipicamente fundoscópico, auxiliado pela angiofluoresceinografia e OCT. O tratamento envolve imunossupressores e corticóides para controlar os quadros de inflamação, e acompanhamentos regulares para monitorar a progressão da doença. Em estágios avançados, a vitrectomia pode ser necessária para remover tecidos inflamados. Por fim, alguns pacientes podem se beneficiar do uso de auxílios visuais para melhorar as atividades diárias.
Retina
FMABC - São Paulo - Brasil
Isabela Rosa Bruzadin, Jaqueline Azevedo Leão, Leticia Leitao Ventura
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP