Título

HEMORRAGIA SUBMEMBRANA LIMITANTE INTERNA (SUB-MLI) COM RESOLUÇAO ESPONTANEA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de paciente que evoluiu com hemorragia submembrana limitante interna (subMLI)que evoluiu com melhora espontânea do quadro enquanto aguardava abordagem cirúrgica.

Relato do Caso

Paciente feminina, 61 anos, HAS E DM. Queixa de baixa súbita e indolor da acuidade visual do olho sem fator causal aparente . Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual com correção de 20/200 (OD) e 20/20 (olho esquerdo-OE). Apresentava motilidade ocular e reflexos preservados, pressão intraocular de 12 mmHg em ambos os olhos (AO), sem alterações à biomicroscopia de AO ou à fundoscopia do OE. No OD, apresentava nervo óptico corado, retina aplicada e hemorragia pré-macular.
OCT demonstrou hemorragia subMLI em região macular com espessura de 441 (fig1). A paciente possuía história de oclusão de ramo de veia central da retina no OD e edema macular associado em 2021.
Após explicações das possíveis condutas a serem tomadas, bem como seus riscos e benefícios, e por opção da paciente, optou-se por tentativa de Nd:Yag laser sem sucesso. Foi então indicado vitrectomia via pars plana (VVPP) com peeling de membrana limitante interna. Após 1 mês do pedido da cirurgia, que não havia ainda autorização pelo SUS paciente retorna com melhora da acuidade visual do OD para 20/25 com correção. OCT demonstrou resolução completa da hemorragia com persistência de discretos pontos hiperrefletivos a nível de camada de fibras nervosas. (fig2)

Conclusão

Hemorragias sub-MLI frequentemente ocorrem em contextos clínicos específicos e podem causar um comprometimento visual grave. Causas mais comuns são retinopatia por Valsalva, Síndrome de Terson e discrasias sanguíneas, podendo haver casos idiopáticos. Tratamento pode ser conservador a depender da extensão da hemorragia, e em casos com menos de 21 dias de evolução pode-se tentar membranotomia com Nd:Yag laser. Vitrectomia pode ser necessária em casos de hemorragia extensa ou refratária. Trata-se de caso não usual em que após não resposta à membranotomia, houve resolução espontânea extinguindo-se a necessidade de abordagem cirúrgica.