OFTALMIA SIMPATICA APOS TRATAMENTO DE ULCERA DE CORNEA: UM RELATO DE CASO
Este estudo tem como ojetivo descrever um caso de oftalmia simpática após tratamento de úlcera de córnea, enfatizando a importância do diagnóstico e tratamento precoces para o prognóstico visual.
Paciente sexo masculino, 56 anos, compareceu ao pronto socorro da Santa Casa de Campo Grande com quadro de úlcera de córnea grave em olho direito 7 dias após trauma com fragmento de porcelana.
Foi internado para tratamento clínico com colírios fortificados (Ceftazidima 50mg\ml e Vancomicina 25mg\ml), iniciados de hora em hora, porém houve necessidade de realizar lavagem de câmara anterior no décimo quinto dia de internação. Trinta dias após a alta hospitalar, evoluiu com phthisis bulbi.
Dois meses após alta hospitalar, paciente compareceu em consulta queixando-se há 2 semanas de baixa de visão súbita em seu olho único. Ao exame oftalmológico, a acuidade visual, antes 20\20, encontrava-se 20\200. À biomicroscopia a córnea apresentava precipitados ceráticos inferiormente e reação de câmara anterior 2+\4+. A pressão intraocular era de 16 mmHg. A fundoscopia evidenciava descolamento seroso de retina em região macular, e nervo óptico hipercorado.
O exame de OCT evidenciou múltiplos descolamentos serosos retinianos multifocais.
Paciente foi submetido à internação hospitalar para pulsoterapia com Metilprednisolona 1mg\kg por 3 dias. Após, apresentou melhora da acuidade visual para 20\30. Também houve melhora do exame de biomicroscopia e imagem. Foi dada alta hospitalar com Prednisona via oral 60mg em regressão lenta.
Em avaliação 4 meses após alta hospitalar, foi evidenciada melhora importante da acuidade visual, fundoscopia e OCT. Após desmame completo do corticoide, paciente apresentou acuidade visual de 20\25, e segmentos anterior e posterior com biomicroscopias em bom aspecto.
Apesar da raridade, a OS é uma doença ocular grave com alto potencial de cegueira. O caso apresentado ilustra a gravidade que esta afecção pode assumir e a importância do diagnóstico precoce em preservar a visão, prevenir complicações e otimizar o prognóstico dos pacientes.
Uveites / AIDS
Santa Casa de Campo Grande - Mato Grosso do Sul - Brasil
JULIA TELES TRIGLIA PINTO, GUSTAVO GOBBI, RAISSA NOGUEIRA SILVA
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP