TRAUMA CONTUSO ASSOCIADO A ROTURA DE COROIDE EM CRIANÇA. UM RELATO RARO
Este estudo de caso procura elucidar os desafios colocados pela rotura de coróide traumática e enfatizar o papel crítico do oftalmologista na sua identificação e manejo oportunos.
T. A. S. , 8 anos, sexo masculino, com história de
trauma contuso em olho direito, evoluindo com
diminuição súbita da acuidade e dor ocular. Ao
exame: acuidade visual corrigida de conta dedos à 2 metros no olho afetado e
de 100/100 no olho contra-lateral, com pressão
intraocular (PIO) de 15 mmHg além de importante
ceratite e reação inflamatória em câmara anterior
que dificultava visualização do fundo de olho .
Após o segundo dia de tratamento do quadro
com uso de antiobiótico, midriático e corticóide
tópico , a acuidade visual do paciente melhorou
para 20/100 e no exame fundoscópico revelou
lesão ovalada de 2 diâmetros de papila,
localizada temporalmente à fovea com área linear
esbranquiçada se extendendo inferiormente. A tomografia de coerência óptica (OCT) (VER
FIGURA 2) demonstrou perda de continuidade
do EPR com afinamento da coróide além de
acúmulo seroso confirmando o diagnóstico.
Como forma de tratamento para o descolamento
seroso discutiu-se o expectante, o
medicamentoso, a fotocoagulação à laser e o
cirúrgico. Entretanto, devido a localização da
lesão em região macular, tanto o laser e
a cirurgia foramdescartados e optou-se por
tratamento clínico conservador com corticoide
sistêmico na dose de (1 mg/kg/dia) e seguimento
clínico semanal para acompanhar a evolução.
A rotura de coróide bem como os descolamentos
de retina exigem reconhecimento imediato e
manejo adequado para prevenir deficiência visual
irreversível. Sua associação com doenças do
colágeno e trauma requer uma abordagem
holística na avaliação e cuidado do paciente. O
resultado visual final depende da localização
acometida e do tratamento das complicações
subsequentes de forma personalizada a cada
caso de acordo com as condições da lesão .
Retina
Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - São Paulo - Brasil
Rafael Da Silva Zoratto, Maria Eduarda Figueiredo Rebolho, Artur Souza Dias
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP