DEPOSITO CORNEANO E CRISTALINIANO SECUNDARIO AO USO DE CLORPROMAZINA – RELATO DE CASO
Descrever os efeitos oculares adversos secundários ao uso crônico da Clorpromazina, um antipsicótico frequentemente utilizado, especialmente para o tratamento da esquizofrenia.
Paciente, 22 anos, sexo feminino, portadora de esquizofrenia e deficit cognitivo moderado, compareceu à urgência do Hospital CLIHON com queixa hiperemia e ardência em ambos os olhos há 1 semana. Fazia uso contínuo de Clorpromazina 300mg/dia há 5 anos. Negava outras comorbidades, cirurgias previas ou glaucoma na família. Ao exame oftalmologico, paciente não colaborava com acuidade visual e apresentava na biomicroscopia (Figura 1) de ambos os olhos (AO) palpebras e cilios com oleosidade e crostas, conjuntiva hiperemiada 1+, cornea com depósitos endoteliais, não corando com fluor, facico com catarata de aspecto estrelado e câmara anterior ampla. Fundoscopia e pressão intraocular sem alterações em AO. Como conduta foi tratado a blefarite e feito o encaminhamento ao psiquiatra para avaliar a possibilidade de diminuição da dose da medicação ou substituição da mesma dosando os riscos beneficios. Paciente irá manter acompanhamento no ambulatório para avaliar indicação de facectomia futura.
O uso prolongado da Clorpromazina pode desencadear efeitos oculares adversos impactando na acuidade visual e consequentemente na qualidade de vida. Portanto, o presente relato demonstra a importância do acompanhamento oftalmológico periódico em paciente usuários de Clorpromazina a longo prazo, prevenindo alterações oculares que podem ser irreversíveis.
Catarata
Hospital de Olhos de Feira de Santana (CLIHON) - Bahia - Brasil
ISABELLA AMORIM SIMONASSI, HERMELINO LOPES DE OLIVEIRA NETO, RODRIGO REIS DE OLIVEIRA
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP