Título

GLAUCOMA NEOVASCULAR POR SINDROME OCULAR ISQUEMICA: UM RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de glaucoma neovascular síndrome ocular isquêmica.

Relato do Caso

P.D.A., 70 anos, diabético, atendido no Hospital Universitário Presidente Dutra em Novembro de 2023. Queixa principal de baixa acuidade visual em olho esquerdo de longa data, não sabendo precisar o tempo. Ao exame, acuidade visual em olho direito (OD) de 20/40 com correção e olho esquerdo (OE) de conta dedos frente face. Biomicroscopia: OD sem alterações. OE com neovascularização iriana calibrosa inferior. Fundoscopia: em olho direito, com escavação 0,5, retina aplicada e cruzamento AVpatológico. Em olho esquerdo, escavação 0,8, retina aplicada, neovasos em cabeça do nervo óptico, sem sinais de retinopatia diabética ou oclusão de veia central da retina. PIO: OD 16 mmHg e OE de 36 mmHg. Gonioscopia em OD ângulo aberto 360º, pigmentado 2+. OE fechado 360º. Solicitado ultrassom de carótida, sugeriu obstrução de artéria carótida esquerdo. Realizado angiotomografia de carótida, a qual confirmou a suboclusão de artéria carótida interna esquerda (ACIE) . No momento, paciente aguarda endarterectomia de ACIE.

Conclusão

O glaucoma neovascular é uma espécie de glaucoma secundário, com potencial de cegueira, caracterizado pela angiogênese no segmento anterior ocular, principalmente no ângulo camerular e íris, de forma a obstruir o fluxo do humor aquoso através da malha trabecular e fechar o ângulo. Além disso, há a acentuação da pressão intraocular, um fenômeno que pode acarretar prognósticos devastadores para a acuidade visual. Essa condição desenvolve-se em diferentes tipos de doenças oculares e, também, sistêmicas, dentre elas, a Retinopatia Diabética (33%), Isquemia por Oclusão da Veia Central da Retina (33%) e a Síndrome Ocular Isquêmica – SOI – (13%). A SOI é uma complicação incomum de doenças relacionadas à artéria carótida e está em associação com uma hipoperfusão ocular secundária à estenose ipsilateral da artéria carótida comum ou artéria carótida interna. Logo, qualquer causa de isquemia na retina tem como consequência o estímulo angiogênico local.