Título

CERATITE FUNGICA APOS TRANSPLANTE LAMELAR DE CORNEA: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso de ceratite após transplante lamelar anterior de córnea destacando a importância do correto diagnóstico etiológico e instituição precoce do tratamento para um bom desfecho visual.

Relato do Caso

Paciente masculino com 16 anos e ceratocone avançado em ambos os olhos, indicado transplante de córnea em olho esquerdo, usuário de lentes de contato rígidas de longa data. Realizado transplante lamelar anterior (DALK) sem intercorrências. No segundo pós-operatório, com 15 dias de cirurgia, observou-se pontos de infiltrado grosseiro na interface entre botão do doador e Descemet do receptor. Paciente retornou ao centro cirúrgico para lavagem de interface e coleta de material para pesquisa microbiológica. Durante o procedimento foram desfeitas as suturas parcialmente, levantado o botão, removido mecanicamente os infiltrados e confeccionado lâmina para pesquisa direta e culturas. Ainda com paciente em sala, foi feito o preparo da lâmina com coloração de Gram e evidenciado múltiplos esporos leveduriformes. Em seguida realizada lavagem da interface com PVPI 5% e anfotericina B 0,05%. No pós-operatório mantido colírios antibiótico, antifúngico e corticoide. No retorno, paciente relatou melhora dos sintomas, com reabsorção completa dos infiltrados até 15° pós-operatório. Mantida medicação antifúngica por 40 dias e retirada lenta do corticoide. Após termino da retirada dos pontos no 8° mês de transplante apresentava acuidade visual com melhor correção de 20/30 neste olho sem leucomas.

Conclusão

Conclui-se que o diagnóstico intraoperatório da patologia é imprescindível para que não se postergue o tratamento adequado. Isso depende de utilizar as ferramentas propedêuticas disponíveis para identificação assertiva do tipo de patógeno, com a coleta de material e análise dele no intraoperatório sempre que possível, para otimizar o desfecho visual do paciente.