MANIFESTAÇOES OCULARES NA SINDROME EEC - RELATO DE CASO
Relatar um caso de uma paciente de um hospital pediátrico com diagnóstico de Síndrome EEC (displasia ectrodactilia-ectodérmica), evidenciando suas alterações oftalmológicas.
Paciente feminina, 16 anos, com diagnóstico de Síndrome EEC, realiza acompanhamento em serviço de pediatria multidisciplinar. Paciente nasceu com fissura lábio palatina, corrigida antes dos 2 anos de idade, com historia de dacriocistite de repetição em olho esquerdo, tentativa de desobstrução por sondagem de canal lacrimal, porém sem sucesso, aguarda dacriocistorrinostomia. Apresenta otorreia à esquerda a cerca de 4 anos sem melhora com tratamento clínico. Em uso de budesonida devido obstrução nasal. Realizou masteidectomia radical a esquerda e miringotomia a direita com otorrinolaringologia. Pela ortopedia, foi realizado cirurgia de pés e mãos em fenda, correção de hálux valgo e cirurgia para liberação de sindactilia. Estudo genético evidenciou mutações. Da parte oftalmológica, apresentava fácies sindrômica (imagem 1), possuia acuidade visual de 20/40 OD E 20/30 OE, com correção de -4,75 -0,50 90º e -4,25 -0,50 90º. Campo visual 24-2 com discreta diminuição da sensibilidade retiniana em ambos os olhos. Canaliculo larimal superior e inferior estenosado em ambos os olhos (AO). Fundoscopia evidenciando disco óptico pequeno e tiltado com atrofia peripapilar, coroidose difusa, retina aplicada com hipertrofia congênita do EPR (imagem 2). O paciente mantém seguimento ambulatorial com equipe da otorrinolaringologia e da ortopedia pediátrica para apoio multidiscipliniar.
A síndrome EEC é uma doença genética extremamente rara que é herdada como um traço autossômico dominante, mas também pode ocorrer esporadicamente. O manejo precoce dessa síndrome é crucial pois é difícil manter a integridade da superfície ocular quando há deficiência de células límbicas e outros fatores associados, como blefarite crônica, aplasia da glândula meibomiana e disfunção da drenagem lacrimal como o caso da paciente do relato. Além de ser importante para o aconselhamento familiar.
Oftalmopediatria
HOSPITAL PEQUENO PRINCIPE - Paraná - Brasil
JEAN VITOR MARTINS ALVES, TAIS CAMARA, PEROLA GRUPENMACHER IANKILEVICH
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP